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Fotografia © Dário Pequeno Paraíso

“E se a mim a vida me tivesse oferecido a dádiva de ser mulher?”

 

A esta pergunta juntei uma enorme vontade de conhecer mulheres. Os seus traços, os seus dias, as suas dores, tragédias e amores. Juntei-me ao mais breve estado de compreender o que significa respirar mulher.

Lembro-me da minha mãe. Um ser pequenino, muito dinâmico e de convicções duras e basilares. Soube das suas lutas e cresci. Cresci, repito. Tornei-me um outro ser humano, dotado de força, vontade e sensações.

 

Percorri São Tomé e Príncipe, mergulhei na Guiné-Bissau e vagueei por Cabo Verde. Graças a uma forte rede de associações locais, falei e ouvi com um vasto e representativo número de mulheres. Traduzi pelos meus olhos as suas existências. Foi-me dado esse privilégio.

 

Agradeço a todas pelas suas sobrevivências e pela maneira como lutam todos os dias nas suas “casas” para um dia de amanhã melhor. Vivi poucos segundos os seus suores, tentei calçar as suas botas, mas foi-me impossível.

 

Deixo e dedico aqui as vossas almas fotografadas carregadas de histórias de coragem e de esperança para as próximas meninas que um dia serão mulheres.

 

Obrigado a todas.

Dário Pequeno Paraíso

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